sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Ferrugem

A tinta desbotada
Em linhas tão tortas
Aquela folha amarelou
Tantas cores, tantas sombras,
Tantos sonhos
O velho Samba, o mesmo amor
Meus dedos enferrujados
Já não desenham teu sorriso
E tudo que sobrou foi água
Que te faz tão perto e distante
Equilibra, nunca acalma
Mesmo assim, não perderia por nada
Nem mesmo por falta de coragem
Um segundo sequer desse mar
É movido por tantos ventos
Que por alguns momentos eu nem sei
Se o que eu sinto é só saudade
Mas o que eu sei é que um dia
Eu soube desenhar teu sorriso
Perfeito em uma folha tão branca
Quanto esse mesmo amor que resiste
a todas essas manchas e continua
intacto dentro de mim.