sexta-feira, 29 de junho de 2012

Tempo

Tudo errado
Tudo certo, talvez
O tempo mais uma vez
É o senhor das promessas mal feitas
O terror das contradições
O doutor das indiferenças
A cura do nada
O tempo não passa pra quem sente dor
Pra quem tem amor e merece o respeito
De quem a despeito recebe o desleixo
Como gratidão
Não há mão...
Não há quem levante
Nem agora nem antes
O que em instantes desaba no chão.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Retalhos

Nos pés sujos de um menino puro
Que veio brincar no meu quintal
Nas veias dessas vias tortas
Entre o bem e o mal
Nos seios dos anseios fartos
De alimentar um batalhão
Nas curvas dessa estrada reta
Procuramos direção
Nos bares e esquinas turvas
Há de sobra sobriedade
Nos restos e migalhas
Redescobrimos toda verdade
Nas linhas que pespontam
O meu coração pedante e tolo
Como um cobertor de retalhos
Recortamos um pra remendar o outro.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ciclo

De agora em diante mantenha bem perto
Tudo que te amedronta
Perceba que assim se tornará fácil administrar
São dois pra lá e dois pra cá,
não fuja da dança, tome cuidado pra não cansar
Não perca a cabeça, mas não chegue ao ponto de vê-la rolar
O tempo passou, meu amor, igual pra nós dois
E mesmo depois, continuou a jogar
O jogo não para e o dado só conta até seis
Nesse vai e volta, tudo que acaba
começa outra vez.