terça-feira, 4 de junho de 2013

Equívoco

Eu vou te apagar da minha vida, apagar do meu corpo os enganos. Como se apaga um recado de geladeira da semana passada. Como se apaga do marinheiro o porto quando deixa o cais. Como apagam-se as pegadas com as ondas, como se apaga a lousa no fim da aula. Como desfazem-se os nós do cabelo depois do banho e do pente. Vou te diluir nas minhas ideias até que elas se tornem translúcidas outra vez . Dissolver toda essa amargura dentro de um copo desmedido de hombridade. Dentro da minha coragem de gritar o amor, mesmo sabendo que foi o equívoco que me sobrou quando desaprendi a me defender de você.

sábado, 1 de junho de 2013

"Mais do mesmo"

Ultimamente, anda sendo sempre "mais do mesmo"
A mesma angústia o mesmo desejo
Desejo de estrada, de mar, de céu
De todo e qualquer meio que eu me permita
Fugir de mim e do "nós" que perdemos
Das cartas que eu escrevo pra ninguém
Dos maços de cigarro que fumo sem querer
Ando cansada do meu descaso comigo
Aflita com as longas conversas com Deus
Pro tempo passar correndo por mim
Das vezes que tentei ligar pra casa
E me peguei discando você
Exausta de esperar e esperar
Que você perceba do meu amor o tanto
O quanto eu dei, me virei do avesso
Reinventei na minha voz teus encantos
Reutilizei tantas vezes teus elogios
Aquele carinho que me faltou no fim
E me sobrou no começo.

Quem sabe?

Quem sabe um dia
Teu sorriso não me alcance
Não me trinque os dentes
Não me sue as mãos
Não me arrepie a nuca
Não me arranque das veias o sangue
Não me falhe a voz
Não me rasgue o peito
Não me aperte o passo
Não me arranque a roupa
Não me ate os braços
Onde não sei se quando
Tanto,quanto e pra que
Quem sabe lá e só lá
Eu não sinta você.